31 de mai. de 2007

ETICA DOS LOBOS OU AUTOFAGIA

Desta vez venho escrever sobre um paradigma do reino animal. Uma historia com precedentes interessantes. Princípios dignos de serem analisados.

Enfim, quando falamos em lobos, logo lembramos das matilhas. Na verdade um grupo de animais que vivem em bandos. E como e’ de costume animal, sempre deve haver um líder. E para que isto ocorra, as vezes são necessárias disputas.

Sendo mais preciso, 02 lobos lutarão para decidir qual e’ o mais forte. Aquele que será o “representante do bando”. O mais forte do grupo. O mais capacitado dentre todos.

E neste exato momento que lembramos da nossa sociedade de humanos. A todo instante, pessoas também lutam pela primazia de poder. Tudo e’ medido a cada instante. Tentamos a todo tempo, igualmente aos lobos, encontrar os mais fortes para que possam dominar.

E’ verdade que não vivemos mais num período medieval de lutas pessoais. Nem tampouco presenciamos cavaleiros disputando reinos. Ao invés disso, recursos bélicos, super potências e afins dominam o restante da humanidade.

Mas voltando a ética dos lobos, venho ressaltar um ponto fundamental. Quando um lobo sente que esta perdida a batalha, ele se coloca com o dorso no chão. Semelhante a um cachorrinho pedindo carinho. Em suma, ele faz isso para demonstrar que perdeu.

O lobo vitorioso então da’ por terminado o combate. E você pode perguntar: como assim ? Ele não tem que ser destruído?

Nesse momento que a ÉTICA dos lobos acontece. Segundo as suas leis naturais, após o vencedor ser declarado, este não pode mais fazer nada. Ele não tem o direito de sacrificar o seu oponente. Ele não pode destruir o seu adversário. Afinal, ele não e’ seu inimigo.

E quanto ao ser humano, será que a recíproca e’ verdadeira? Será que os animais racionais tem o mesmo código de ética?

Infelizmente queria ter outra opinião, mas confesso que e’ impossível pensar assim. Por mais que tente, não consigo nem sequer imaginar os homens tendo este código de ética.

Para ser mais claro, gostaria de falar de nossas igrejas. Que por sinal são mais de centenas por bairros.

Quando uma igreja nova chega num bairro, ela se depara com as comunidades já existentes. Dezenas ou quem sabe centenas de igrejas já’ estão estabelecidas. E como se nada de mal estivesse acontecendo, essa nova comunidade precisa vencer. Nem que para isso, ela precise derrotar seus “adversários ou concorrentes”.

E assim começa uma terrível batalha. Pessoas são coagidas a deixarem suas comunidades para viverem com comunidades mais fortes. E ate’ aqui nada de mal, se pensarmos que todos tem o direito de ir e vir. Mas o pior, se refere ao fato de que a partir deste momento, começa um processo de autofagia.

Os lideres começam uma incessante batalha para ver quem será’ o vencedor. Todos os meios são utilizados. Técnicas e mais técnicas são empregadas com o intuito de mostrar quem e’ o mais bem preparado para liderar aquela “matilha”.

Dias vem e vão. Horas começam e terminam. Momentos chegam e passam. E a batalha, ora dura, ora ridiculamente desproporcional continua. E o fim chega, trazendo com ele um vitorioso oponente. Aquele que terá o prazer de conduzir aqueles “animais”. Será o grande comandante. Mas por outro lado, o que acontece com o perdedor?

Ai e’ que mora o problema. No código de ética dos lobos, quando alguém se da por derrotado, o outro e’ obrigado a parar de atacar e deixar o seu oponente sobreviver.

Já com os “super-humanos” a pratica e’ diferente. Temos o prazer de aniquilar o nosso adversário. Alias, nada melhor do que vê-lo destruído. Jogado as traças. Sem a menor chance de se reerguer.

Concluindo, os tais “ racionais” falam tanto de sabedoria e ética. Se consideram “ovelhas” no aprisco. Se sentem como “pastores libertadores”, sendo que na verdade, nem sequer podem ser chamados de simples irracionais lobos.

Enfim, viva a autofagia!

Um comentário:

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